Sob pressão de fornecedores, da Justiça e
vista com desconfiança pelos credores, a Petrobras não teve sucesso com a
venda de ativos de exploração e produção, mesmo tendo oferecido áreas
do pré-sal. Nenhum dos seus sócios a quem foram oferecidos os 10% de
Libra que excedem a participação obrigatória no pré-sal quis aumentar a
participação. Os parceiros na área são Shell, Total e as chinesas CNPC e
CNOOC.A proposta da Petrobras oferecendo uma fatia adicional já
era conhecida desde julho. Segundo o Valor apurou, dos campos
oferecidos no mercado, apenas Tartaruga (no BM-S-36) teve interessados. A
estatal também colocou a venda Carcará (BM-S-8), Pão de Açúcar, Gávea e
Seat (BM-S-33), Júpiter e Bracuhy (BMS-24), Sagitário (BM-S-50) e Lebre
(BM-S-51).A recusa mostra aversão até dos chineses pelo
pré-sal, uma área considerada estratégica pelo governo mas cujos preços
de exploração e produção estão quase proibitivos, superando o atual
preço do petróleo, que está deslizando na faixa de US$ 40 por barril.Como
não conseguiu desfazer-se dos ativos separadamente, a estatal estuda
vender Tartaruga em um "pacote", segundo uma fonte. Quem quiser levar o
campo promissor terá que ficar com outros que têm um programa de
investimentos caro pela frente. Casar a venda, nesse caso, faz sentido
para a Petrobras, até para se livrar do peso da execução dos
investimentos previstos quando obteve as concessões.
Fonte: Valor