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Estaleiros: o mar está para peixe

17/02/2012 �s 09:57
Estaleiros: o mar está para peixe

A indústria naval brasileira, que teve períodos de sucesso e de crise desde a implantação do primeiro estaleiro, em 1846, e que estava estagnada nas últimas duas décadas, renasce ancorada pela aceleração da expansão do petróleo offshore e também pelo incremento do transporte marítimo no mundo.

A fase de oportunidades para a indústria naval brasileira já se reflete de forma positiva para o Espírito Santo, que vai receber o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), de grande porte e um dos mais modernos no mundo. Com a implantação desse empreendimento, o Espírito Santo caminha a passos largos para se transformar em um importante polo naval do país. A construção de outros projetos já anunciados contribuirá para a consolidação do setor no Estado.

A decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, de priorizar estaleiros locais de navios e equipamentos de exploração e produção de petróleo pela Petrobras foi uma das medidas que contribuíram para dinamizar a indústria naval nacional. Com a medida governamental, a Transpetro lançou o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), licitando petroleiros de grande porte em estaleiros locais.

Com isso, os estaleiros em reativação entraram em fase de consolidação e expansão, e grandes grupos empresariais brasileiros e estrangeiros apostaram na construção de novos estaleiros em diversas regiões do Brasil. Hoje, já são 47 os estaleiros implantados, em fase de implantação ou expansão.

Carteira - De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), em dezembro de 2011, eram 59.167 os trabalhadores empregadas diretamente nos estaleiros do país. Os projetos de construção de navios e plataformas encomendados aos estaleiros brasileiros somam 312. A carteira de encomendas é considerada robusta.

Em 2011, ainda segundo o Sinaval, os financiamentos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), aprovados em 2011, somaram US$ 8,3 bilhões para a construção de embarcações e U$S 2,8 bilhões destinados à construção e expansão de estaleiros no Brasil. Em 2009, o Brasil tinha a quinta maior carteira de encomendas do mundo. Conforme o sindicato, em 2009, a indústria naval brasileira era a sexta do mundo. Na década de 60, entretanto, o Brasil já havia ocupado o posto de maior construtor naval do mundo.

Logística do petróleo - No início da década de 2000, o foco da indústria naval se voltou para atender à logística do petróleo e a Petrobras liderou o mercado de contratação dos serviços de embarcações de apoio marítimo. Com as articulações realizadas pela Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) e estaleiros, a estatal passou a exigir que os navios de apoio marítimo fossem de bandeira brasileira, num mercado em que 70% das embarcações eram de bandeira estrangeira.

O programa Navega Brasil, lançado pelo governo federal em novembro de 2000, trouxe modificações nas condições do crédito aos armadores e estaleiros. As principais mudanças introduzidas envolveram o aumento da participação limite do FMM nas operações da indústria naval de 85% para 90% do montante total a ser aplicado nas obras e a ampliação do prazo máximo do empréstimo, de 15 para 20 anos.

A mudança favoreceu a decisão da Petrobras de criar a alternativa local para a construção dos novos navios tipo PSV, embarcações tecnologicamente concebidos para operação de apoio à exploração e produção de petróleo em águas profundas. As plataformas de petróleo, atualmente um importante segmento de mercado da indústria de construção naval, foram construídas no Brasil de forma gradativa, para atender às descobertas de petróleo na bacia marítima de Campos, no Rio de Janeiro.

No início, as plataformas eram fixas, com suas pernas apoiadas no leito do mar em profundidades de 100 a 200 metros. A primeira plataforma, a P-1, foi construída em 1968 no Estaleiro Mauá, em Niterói. Quando o presidente Lula assumiu a presidência da República, em 2003, tornou obrigatória a compra de 80% de componentes nacionais em plataformas e navios pela Petrobras .

No Espírito Santo - Os empreendimentos previstos para o Espírito Santo no segmento da indústria naval, nos próximos três a cinco anos, demandarão investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões e vão gerar 19,5 mil postos de trabalho, sendo 8,5 mil no período das obras e 11 mil na operação. O maior desses empreendimentos é o Estaleiro Jurong, em fase de implantação em Barra do Sahy, município de Aracruz.

O estaleiro já começa com o compromisso de entregar, em 2015, para a Guarapari Drilling B.V, Netherlands, uma subsidiária da Sete Brasil, o primeiro navio-sonda fabricado no Brasil. A embarcação será utilizada para a perfuração de campos petrolíferos na área do pré-sal. A construção da sonda começa antes mesmo do término da implantação do estaleiro. "A construção da primeira sonda vai ser a semente das outras oportunidades que teremos no Espírito Santo nessa área", destaca a subscretária estadual de Desenvolvimento, Cristina Santos.

Na semana seguinte à assinatura do contrato para a construção do primeiro navio-sonda brasileiro, o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) foi um dos estaleiros selecionados pela Sete Brasil para a construção de 21 sondas de perfuração para a exploração da área do pré-sal. Além do EJA, foram selecionados para o pacote das 21 sondas, que custarão US$ 75 bilhões, os estaleiros Enseada do Paraguaçu (EEP), na Bahia; Keppel Fels e OSX, no Rio de Janeiro; e Rio Grande 2 (ERG2), no Rio Grande do Sul.

O EJA, na avaliação de Cristina, "é um projeto estruturante e a chave da partida" para a formação do polo naval no Estado, que além de ser uma atividade com grande potencial para a geração de emprego terá importância fundamental na diversificação da economia local. O polo naval representará ainda a oportunidade de qualificação das pessoas que serão contratadas. A indústria naval, explica, tem grande sinergia com as cadeias já instaladas no Estado, como as de mineração, siderurgia e celulose.

Os projetos da industria naval, além do EJA, são os da Imetame e Carioca Engenharia (Aracruz), Nisibra e Nova Holanda (Vila Velha), Edison Chouest e Itaoca Offshore (Itapemirim). O polo naval atrairá para o Estado inúmeras empresas que integrarão a cadeia, lembra a subsecretária. Um dos segmentos que certamente serão alavancados é a indústria de móveis navais.

O mercado - Empregos: a estatística do Sinaval mostra que o emprego direto nos estaleiros associados atingiu a marca de 59.167 pessoas em dezembro de 2011. No ano de 2000, os estaleiros empregavam cerca de 2 mil pessoas.

Encomendas: a carteira de encomendas dos estaleiros brasileiros é de 312 projetos de construção de navios e plataformas, representando 6,2 milhões de TPB (toneladas de porte bruto) .

Marinha Mercante: as prioridades de financiamentos aprovadas pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante, em 2011, somam US$ 8,3 bilhões para a construção de embarcações e US$ 2,8 bilhões para a implantação e expansão de estaleiros.

Estaleiros: no Brasil são 47 os estaleiros, considerando os que já estão em operação, os que passam por ampliação e os que se encontram em fase de implantação.

Plataformas: de um total de 18 plataformas de produção de petróleo em construção, 13 serão feitas no Brasil.

Empregadora: a construção naval brasileira é um setor pequeno, quando comparado a outros segmentos da indústria, mas é intensiva em mão de obra e realiza a qualificação de recursos humanos.

Plataforma: é uma nova cadeia produtiva, que poderá exportar e se tornar a plataforma industrial para a tecnologia naval e offshore análoga à existente nos países mais desenvolvidos.

Fonte: Canal do Transporte



 
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