Direção, funcionários e acionistas da empresa Tecon Rio Grande têm todos os motivos de estarem orgulhos. Afinal, uma meta prevista em contrato para ser alcançada em 2012 foi atingida este ano. O terceiro berço de atracação, inaugurado, vai permitir à empresa planejar a movimentação de um número expressivo de contêineres em seu terminal.
O aumento da área de atracação deve possibilitar que três navios operam simultaneamente. O investimento na obra é de US$ 30 milhões. A previsão é que o terminal movimente 1,25 milhão de TEUs (Twenty Equivalent Unit – unidade de referência de 20 pés) por ano.
Para dar suporte ao empreendimento, a empresa adquiriu dois novos portêineres (porta-contêineres). No total, serão quatro em todo o prolongamento do cais, de 850 metros.
Outras máquinas também estão em funcionamento, como quatro máquinas de pátio com lança giratória, um tipo de guindaste sobre-pneus para permitir maior agilidade com o menor número de remoções de unidades no terminals. Apenas em equipamentos, o investimento chega a 16 milhões de dólares.
Números
Privatização do terminal: 1997
Investimentos realizados: 100 milhões de dólares
Construção do terceiro berço: 30 milhoes de dólares
Aquisição de equipamentos com a ampliação do cais: 16 milhões de dólares
Objetivo de movimentação por ano de contêineres com os investimentos: 1,25 milhão de TEUs
Entrevista Paulo Bertinetti
Diretor Presidente do Tecon/Rio Grande
Conexão Marítima: O Rio Grande do Sul está perdendo cargas para Santa Catarina, por vários fatores. Um deles é o excesso de pedágios. Como o senhor vê essa questão?
Paulo Bertinetti: Isso não é uma verdade absoluta. O que existe na questão carga por Santa Catarina, é o tipo do produto que demanda uma estrutura na retro área especial para isso, com o é o caso dos armazéns frigoríficos, que tem no caso de Santa Catarina condições melhores que o Rio Grande do Sul.
CM: Mas trata-se de um grande gargalo?
Bertinetti: Não tenho dúvida de que o pedágio é um problema de acesso ao porto. Tem que haver uma solução para isso, mas o Tecon, através de sua diretoria comercial, tem feito um trabalho muito forte no sentido de ter a demanda definida para fazer o investimento necessário para que essa carga fique no Estado. A expansão do terceiro berço também vai facilitar a atração de carga para o Rio Grande do Sul.
CM: Com a inauguração do terceiro berço, o Porto do Rio Grade não estaria levando certa vantagem na concorrência internacional, por fatores como posição geográfica e pelo calado? Na sua avaliação não estaria faltando dragar o canal de acesso?
Bertinetti: O governo do Estado já está com a licitação pronta para fazer a dragagem de manutenção dos 40 pés. Já existe um projeto do porto para elevar o calado em uma primeira etapa para 42 e depois para 44 pés. O nosso canal já é dragado para 14,5 metros. O governo federal vai aumentar para 18 metros, ai o nosso calado oficial vai ficar em torno de 52, 55 pés.
Temos estrutura em frente ao nosso terminal, para chegar aos 15 metros necessários. O que o Porto do Rio Grande necessita é o aprofundamento do seu canal de acesso, e não de toda a sua extensão. São pontos que necessitam ser dragados. Teremos então profundidade e equipamentos para operar em frente ao terminal e com 15 metros vamos operar qualquer navio do mundo.
Fonte: Diniz Júnior